Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Conceição
/ POA / RS, uma UTI nível III, credenciada junto à AMIB
( Associação de Medicina Intensiva Brasileira ) como
Centro Formador de Residentes e Especializandos em
Terapia Intensiva
Coordenação UTI
Dr. Leonardo da Silva Marques
Dr. Matheus Golenia dos Passos
Supervisor
da residência
Dr. Wagner Luis Nedel
O
programa de RM em terapia intensiva iniciou em 1993,
tendo formado vários profissionais, hoje atuantes em
várias partes do nosso país.
A Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Conceição é
uma área fechada de 59 leitos dividida em 4 áreas,
sendo uma área cirúrgica e 3 áreas clínicas. Possui
uma equipe assistencial composta por médicos
intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos
de enfermagem, funcionários administrativos e
profissionais em formação: médicos residentes,
enfermeiros residentes e fisioterapeutas residentes,
além de estagiários nestas variadas áreas.
Nossos
59 leitos são divididos da seguinte forma:
- Área I: leitos de
número 1101 até 1114. É uma área cirúrgica, sendo os
seus leitos reservados, preferencialmente, para
pacientes em pós-operatório de cirurgias de grande
porte.
- Área II: leitos de
número 1115 até 1130.
- Área III: leitos de
número 1131 até 1144. É uma área preferencialmente de
isolamento. A maioria dos pacientes com germe
multi-resistente interna nesta área.
- Área IV: leitos de
número 1145 até 1159.
Dispomos de ambientes
para o estar do grupo de enfermeiros (sala da
enfermagem, sala de estar e lanche dos auxiliares,
sala de materiais etc). De nosso uso corrente, estão
ainda duas salas:
– Quarto dos Residentes
com beliche e escrivaninha.
– Sala de Reuniões da UTI.
Há na
UTI 60 médicos contratados, sendo 28 rotineiros e 32
plantonistas.Há uma equipe de enfermeiros (60),
técnicos e auxiliares de enfermagem. Além desses, há
profissionais da fisioterapia, assistente social,
secretários, funcionários das áreas de exames
complementares, equipes consultoras, psicologia,
serviço de controle de infecção, residentes das áreas
de enfermagem e fisioterapia entre outros.
Durante o dia, há na
UTI médicos contratados rotineiros, responsáveis pelos
pacientes internados e com os quais o round (manhã e
tarde) acontece. Um médico rotineiro por turno é
responsável pelas avaliações de pacientes fora da UTI
(outras áreas e também fora do hospital, via telefone)
e controle da lista de espera para internação.
O papel que a Medicina
Intensiva tem consolidado nos últimos anos na medicina
mundial e brasileira não cabe aqui discutir. Como
especialidade, tem na nossa UTI um programa de
Residência Médica de quatro vagas por ano, com dois
anos de duração. Esse grupo de médicos passa em nossas
áreas e faz complemento de sua formação em estágios
fora do nosso hospital (geralmente em pós-operatório
de cirurgia cardíaca, UTIs de trauma, queimados,
transplantados).
No momento, no Brasil,
as UTIs do Sistema Único de Saúde são classificadas em
três níveis, de acordo com o equipamento disponível,
complexidade dos pacientes e nível de formação
específica dos profissionais que nela atuam. Nossa UTI
tem nível três (maior complexidade). O tamanho dela
(59 leitos) a coloca entre as maiores UTIs dos centros
formadores no Brasil. O Hospital Conceição, sendo
também considerado um hospital de referência regional,
recebe e atende pacientes de alta complexidade
oriundos de todo o estado e, dentre esses, os de alta
gravidade ou risco iminente de vida são direcionados
para a UTI para manejo das intercorrências ameaçadoras
da vida. Isso nos coloca em íntima relação com a
Medicina Interna, Cardiologia, Centro Obstétrico,
Equipes Cirúrgicas e Sala de Recuperação, e demais
especialidades clínicas do nosso Hospital para o
atendimento dos doentes mais graves de cada uma dessas
áreas.
A qualidade do equipamento disponível (monitores
Hewlett-Packard em cada leito, capazes entre outras
coisas de monitorização invasiva a beira de leito;
ventiladores volumétricos microprocessados, densidade
de bombas-de-infusão e outras características)
permitem ampla aplicabilidade dos modernos conceitos
de monitorização em terapia intensiva.
Todos esses aspectos são aqui abordados para lembrar o
quanto julgamos que o estágio a ser desenvolvido na
nossa UTI pode ser rico em experiências, procedimentos
e condutas específicas na área de Medicina Intensiva e
enriquecimento, para os estagiários de outras áreas,
na sua formação como especialista.
À esse aspecto puramente assistencial, existe ainda
uma programação de atividades teóricas. Procuramos
manter uma ampla discussão sobre aspectos atuais de
Medicina Intensiva, organizada em seminários, aulas,
discussões de casos clínicos e discussão de artigos (a
serem detalhados adiante).
ATIVIDADES
ASSISTENCIAS DOS MÉDICOS RESIDENTES NA UTI
Os residentes de
Medicina Intensiva, Medicina Interna e, eventualmente,
outros estagiários são divididos em equipes.
Habitualmente, há uma equipe atuando na Área I, três
atuando na Área II e duas na Área IV. Essa divisão
fica a cargo do Coordenador da Residência ou a alguém
designado por ele. Cada equipe responderá por um grupo
de pacientes determinado a priori, porém passível de
eventuais mudanças conforme necessidade e determinação
dos médicos rotineiros. Como regra geral, as equipes
são compostas de residentes de Medicina Intensiva e
Medicina Interna.
O início diário das
atividades dos residentes é às 8 horas. O término, às
17 horas.
O plantão dos residentes inicia às 17 horas (sem
“solução de continuidade”, portanto) e termina (como
plantão) até a chegada dos colegas residentes na manhã
seguinte.
Durante os fins-de-semana e feriados, o horário de
início do plantão será às 8 horas e o término às 8
horas do dia seguinte. A carga horária dos médicos
residentes é de 60 horas semanais a ser dividida entre
as atividades diárias e plantões.A escala é feita como
plantões de 24 horas, sendo a “quebra” em 12 horas
possível, de acordo com a necessidade do serviço.
Os rounds ocorrem tanto pela manhã quanto pela tarde,
em todas as equipes. Os horários são definidos pelos
rotineiros de cada uma das áreas/equipes. Durante o
plantão um dos médicos plantonistas é designado como
tutor do médico residente, sendo a pessoa que deve
acompanhar as atividades, procedimentos e ajudar nas
dúvidas.
Além da evolução, cabe ainda destacar algumas outras
tarefas dos residentes. Realizar as prescrições dos
pacientes, informação aos familiares, preenchimento de
protocolos, atualização do prontuário e acompanhamento
dos procedimentos.
ATIVIDADES
TEÓRICAS DOS MÉDICOS RESIDENTES NA UTI
As atividades são
organizadas da seguinte forma:
Segunda-feira: Clube de revista, às 14hs.
Terça-feira: Seminários de Hemodinâmica, às 11:30hs.
Quarta-feira: Seminários de Assuntos Gerais, às 14hs.
Quinta-feira: Seminários de Ventilação Mecânica, às
14hs.
Sexta-feira: Seminários e discussão de casos do
Controle de Infecção
O cronograma teórico
encontra-se no site da Residência
(http://www.utihnsc.com.br). Conforme os seminários
vão sendo apresentados, as aulas ficam disponíveis no
site para download. Os artigos discutidos também ficam
disponíveis na página.
PROGRAMA DE
RESIDÊNCIA MÉDICA EM MEDICINA INTENSIVA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1- Cárdio-circulatório:
– Arritmias cardíacas, Insuficiencia cardíaca aguda,
Infarto agudo do miocário, tamponamento cardíaco,
Trombólise, dissecção aórtica, emergências
hipertensivas, choque cardiogênico, edema pulmonar
cardiogênico, ICC, reposição volêmica, monitoração
hemodinâmica invasiva e não-invasiva, transporte de
oxigênio, metabolismo do oxigênio e condições normais
e patológicas, ressuscitação cárdio-pulmonar-cerebral,
doenças valvulares agudas e crônicas, terapia
vasoativa e inotrópica.
2 – Respiratório:
– Oxigenioterapia, insuficiência respiratória aguda,
mecânica respiratória, trocas gasosas pulmonares,
estado de mal asmático, embolismo pulmonar, DPOC
agudizado, Síndrome da angústia respiratória aguda,
broncoaspiração, suporte ventilatório invasivo e
não-invasivo, hipoventilação controlada e hipercapnia
permissiva, ventilação mecânica na asma, monitoração
da ventilação mecânica, barotrauma e volutrauma,
pneumonia associada à ventilação mecânica, desmame do
suporte ventilatório.
3 – Infecção e Sepse:
– Infecções comunitárias graves, infecções
nosocomiais, infecções relacionadas a cateteres,
choque séptico, síndrome da resposta iflamatória
sistêmica, disfunção de múltiplos órgãos e sistemas,
antibioticoterapia em terapia intensiva, endocardite
bacteriana, meningites, infecções em pacientes
imuodeprimidos/inclusive AIDS, tétano, malária,
leptospirose, colite pseudomembranosa, translocação
bacteriana, descontaminação seletiva do TGI.
4 – Neurológico:
– estados alterados da consciência, acidentes
vasculares encefálicos, trombolíticos em eventos
encefálicos, hipertensão intracraniana,
polirradiculoneurites, estado de mal epílético, morte
cerebral, miastenia gravis, pós-operatório em
neurocirurgia, tétano, emergências psiquiátricas.
5 – Gastrointestinal:
– Hemorragia digestiva alta e baixa, insuficiência
hepática, abdômen agudo, pancreatite aguda,
colecistite aguda, síndrome de compartimento
abdominal.
6 – Endócrino e metabólico:
– Coma hiperosmolar, hipoglicêmico e cetoacidose,
crise tireotóxica, coma mixedematoso, insuficiência
supra-renal aguda, rabdomiólise, calorimetria,
diabetes insipidus, síndrome de secreção inpropriada
de hormônio anti-diurético.
7- Renal:
– Insuficiência renal aguda, métodos dialíticos,
distúrbios eletrolíticos e ácido-base, avaliação de
oligúria, drogas em insuficiência renal aguda.
8 – Pré e pós-operatório:
– Avaliação de risco pré-operatório, indicação de
cuidados intensivos, circulação extra-corpórea,
cirurgia no paciente oncológico, pós-operatório em
transplantes, abdômen agudo clínico e cirúrgico, sepse
abdominal e laparotomias programadas.
9 – Coagulação:
– Coagulação intravascular disseminada e fibrinólise,
coagulopatia de consumo, trombólise e anticoagulação,
uso de hemoderivados e substitutos do plasma,
plasmaférese, desrodens hemolíticas agudas: anemia
falciforme, microangiopatias trombóticas.
10 – Trauma:
– Politrauma, traumatismo crâneo-encefálico, trauma
raqui-medular, trauma de face/cervical, trauma de
tórax, trauma de abdômen, trauma de extremidades,
embolia gordurosa, lesôes complexas de extremidades,
grandes queimados: aspectos cirúrgicos, reposição
volêmica, terapia nutricional, diagnóstico de
infecções.
11 – Intoxicações exógenas e acidentes por animais
peçonhentos, agentes físicos e químicos.
12- Transplante
hepático, renal, cardíaco, pulmonar e medula óssea.
13 – Terapia Nutricional
na sepse, grandes queimados, trauma, insuficiência
hepática, renal e respiratória. Imunonutrição,
nutrição enteral e parenteral.
14 – Procedimentos invasivos de diagnóstico e
tratamento:
– Intubação traqueal, via aérea difícil, cateterização
arterial, dissecção venosa/acessos venosos por punção,
marcapassopercuâneo, cateterização de artéria
pulmonar, pericardiocentese, drenagem pleural e punção
lombar.
15 – Iatrogenia em Terapia Intensiva
16 – Métodos de imagem
em medicina intensiva:
– Radiologia, ecografia e fibrobroncoscopia.
17 – Aspectos éticos e bioéticos em medicina
intensiva:
– Princípios bioéticos, direitos e deveres do paciente
em tratamento intensivo, não oferecer, dar e retirar
em medicina intensiva, distanásia, eutanásia, ordens
de não reanimação, o paciente incompetente, a
terminalidade, a humanização em ambientes intensivos,
a ética das relações no gernciamento de conflitos em
UTI, doação de órgãos e transplantes, tanatologia,
normas de ética em pesquisa.
18 – Sedação e analgesia em UTI:
– protocolos, os direitos do paciente, drogas, vias,
esquemas posológicos, escalas de sedação e analgesia
19 – Obstetrícia:
– Eclâmpsia, doença hipertensiva específica da
gestação, síndrome HELLP, infecções puerperais.
20 – Transporte do paciente grave: intra e extra
hospitalar
21 – Interações
medicamentosas
22 – Análise crítica da
metodologia científica